Ed Sheeran surpreende ao revelar álbum póstumo em seu testamento: “Eject”

Cantor Ed Sheeran / Reprodução - Divulgação

O cantor e compositor britânico Ed Sheeran revelou recentemente uma decisão inusitada sobre o futuro de sua obra musical. Em entrevista ao apresentador Zane Lowe, o artista contou que incluiu em seu testamento a criação de um álbum póstumo, intitulado “Eject” — palavra que, em português, significa “Ejetar”, famosa nos antigos tocadores de CD como o comando para retirar o disco do aparelho.

Segundo Sheeran, a proposta consiste em uma coletânea de canções escritas ao longo de sua vida, mas que nunca foram oficialmente lançadas. A curadoria ficará nas mãos de sua esposa, Cherry Seaborn, responsável por escolher as faixas que integrarão a obra final.

“Está oficialmente no meu testamento! Cherry decidirá quais músicas vão compor o álbum. São canções que escrevi desde os meus 18 anos até o fim da minha vida. A ideia é que sejam selecionadas apenas as 10 melhores”, explicou o cantor.

O projeto “Eject” se soma a um ciclo criativo em que Sheeran vem trabalhando, com álbuns que simbolizam comandos de aparelhos de música: “Play” (tocar), “Pause” (pausar), “Fast Forward” (avançar), “Rewind” (retroceder) e “Stop” (parar). Ao ser questionado se “Stop” seria o último disco de sua carreira, o britânico respondeu com humor: “Bem, não. Depois de ‘Stop’ vem ‘Eject’. Esse já está previsto, e Cherry sabe exatamente o que fazer caso eu parta amanhã.”

Sheeran destacou ainda que deseja evitar lançamentos póstumos desorganizados, como acontece com muitos artistas. “Não quero que alguém simplesmente junte gravações de qualquer jeito. Prefiro deixar tudo preparado para que seja feito com cuidado e carinho. Quero que seja algo que os fãs realmente valorizem.”

Ele comparou o projeto a uma hipótese envolvendo Paul McCartney: “Imagine se houvesse uma coletânea com as melhores composições de Paul, desde os 18 anos até sua partida. Seria fascinante.”

Apesar de “Stop” ter sido concebido como uma espécie de despedida, o ruivo de Suffolk garantiu que não pretende encerrar a carreira tão cedo. “Eu provavelmente vou continuar fazendo música, mas cada novo trabalho precisa ter o mesmo nível de dedicação e atenção.”

Quem é Ed Sheeran?

Nascido em 17 de fevereiro de 1991, em Halifax, Inglaterra, Ed Sheeran é um dos artistas mais bem-sucedidos da música pop mundial. Multi-instrumentista e compositor, ficou conhecido pela mistura de pop, folk e R&B, além de letras confessionais e pessoais. Seu álbum “+” (2011) o lançou ao estrelato, trazendo sucessos como “The A Team”.

De lá para cá, acumulou recordes de vendas, prêmios como o Grammy, colaborações com nomes como Taylor Swift, Justin Bieber e Beyoncé, e turnês que lotaram estádios ao redor do mundo. Entre seus maiores sucessos estão “Shape of You”, “Thinking Out Loud” e “Perfect”, músicas que marcaram gerações e continuam entre as mais ouvidas em plataformas de streaming.

Fora da música, Sheeran é conhecido por sua vida discreta ao lado da esposa Cherry Seaborn e pelos trabalhos filantrópicos em prol da educação e da saúde infantil.

Famosos e a preparação para a morte

A decisão de Ed Sheeran não é isolada. Diversos artistas, ao longo da história, já planejaram ou deixaram material para ser lançado após a morte, transformando álbuns póstumos em verdadeiros marcos culturais.

  • Prince, que faleceu em 2016, deixou um cofre com milhares de músicas inéditas, muitas das quais continuam sendo lançadas gradualmente.
  • David Bowie concebeu “Blackstar” como uma despedida artística, lançado apenas dois dias antes de sua morte em 2016.
  • Michael Jackson também teve canções inéditas publicadas após sua morte, embora fãs e críticos ainda debatam a autenticidade de algumas gravações.
  • Tupac Shakur, assassinado em 1996, teve uma extensa discografia póstuma, alimentada por gravações que havia deixado prontas.
  • Até mesmo Freddie Mercury, do Queen, sabia que sua saúde estava em risco e gravou vocais até os últimos meses de vida, usados depois no álbum “Made in Heaven” (1995).

Esses exemplos mostram como a morte, apesar de inevitável, pode se tornar parte da construção artística, transformando a despedida em um legado duradouro. Ed Sheeran, ao incluir “Eject” em seu testamento, parece seguir esse caminho, buscando garantir que sua voz e suas histórias continuem vivas mesmo após sua partida.